SISMO

NÃO ME CALES, DEUS, PORQUE O MEU SILÊNCIO SOA MAIS ALTO DO QUE TODAS AS PRECES!

SISMO

SISMO

HAITI

DEUS, ESTOU AQUI FRENTE A TI E NADA ME OCORRE DIZER.

Desmembrou-se
o texto poético
onde residiam as qualidades
da tua pele.
E os verbos
aninharam-se em meu colo
à espera de os conjugarmos.

No sítio do costume
vejo
a tua pele,
agora baça
pelo esquecimento de ternura.

A pele
é o sexo
onde, com teus lábios,
depositaste milhões
de beijos.

Deslizar os dedos
na pele
e gritar de dor
porque te esqueceste
de amar.

A minha pele
treme e reluz
de prazer
quando avivas
o lume da lareira
que alimenta a minha ilusão.

A pele
entorna as sensações esquecidas
que, ainda, deslizam
pelos lençóis brancos
que cobrem meu corpo
na solidão da casa.