segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Unidos para o bem e para o mal

Desde o dia em que a conheceu, jamais se separou dela. Ela via passar, ao longe, na estrada nacional, as barulhentas e reluzentes harleys, viragos, hondas,... e sonhava. Sonhava com viagens para destinos inacessíveis, sonhava com encontros internacionais,... Mas o gajo que a tinha comprado não a fazia sair do lugar. E então, ele aproveitou a inacção e lançou-lhe a rede, melhor a corrente. Agora, reformados, à espera de vaga num lar qualquer, conversam sobre os passeios pela horta, entre as viagens da garagem até à represa onde ele, orgulhosamente potente, sugava toda a água necessária para a rega e ela assistia, um pouco longe, tentando arrefecer do escaldão provocado pelo esforço do andamento. Agora, velhos, parados, sem produzirem mais nada, a não ser a curiosidade de quem passa, estão votados ao esquecimento. Já não servem para nada... Apenas estorvam...

Nenhum comentário:

Postar um comentário